VAI DANÇAR GAROTO, VAI.

(A um certo menino do interior de Pernambuco)

(É meu direito)

Não acredito nesses modelos

De civilização filosofados

E pronto...

: Nem nos ardilosos delírios de igualdade da esquerda

Com suas opressivas e podres

Repúblicas Soviéticas e Cubas(-libres?)

: Nem nos paraísos globalizados da direita

Com seus cinemas e shoppings decorados

Com as dores dos excluídos da economia

Mas boto toda fé naquele menino dito maluco

Nascido pobre no interior do sertão de Pernambuco...

Resolveu que iria ser bailarino clássico

Mesmo com todos os cabras broncos

A falarem à sua orelha

Que balé é coisa de grandicíssimo viado

Vai dançar garoto, vai.

O mundo precisa muito mais do sonho da arte,

Muito menos da realidade da política

E nada da antepaixão medíocre dos desesperançados...

Não se esqueça antes

De mandar todos esses chucros

A puta que pariu – por minha conta

Por seu risco... Mas mande. Vale a pena

Que a vida

- Por mais política que nela se discuta -

É dança curta

Gê Muniz
Enviado por Gê Muniz em 22/07/2011
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