OLHARES PERDIDOS

Havia nos olhares espaços perdidos, entrelaçados por sorrisos que escondem a dor. Ao caminhar pelas ruas escombros são vistos em elementos andantes que tentam viver.

Pedidos são feitos no estender das mãos, abrigos recolhidos de uma grande paixão, paixão que se alimenta dos sonhos deixados nas seringas em uma esquina qualquer.

Benditos sonhos rasgados pelo caminho, densas saudades que afagam os corações em desalinho, sentimentos aflorados na canção que corre a noite.

Na avenida logotipos desfilam receitas de felicidade, sons espalham alegrias de mercado, mercadores espalham a boa nova, vendem a esperança numa bituca marron ou branca.

Nas caneletas dos becos, nas ruelas escondidas são deixadas pela chão os rastros dos pedintes sedentos dos sentidos perdidos pela completa falta de amor.