CAMISETA AMARELA
"Uma coisa é um país
outra um ajuntamento"
Afonso Romano de Santana
Pobre camiseta amareladas,
um farrapo abandonado,
tocou numa camisa branca
queria ganhar um trocado
e deixou manchado
o belo e alvo pano
bruto como só é capaz
o cruel ser humano
um “não” esbravejou o rapaz
Sendo curto grosso e ortil
Só a camisa interessa
Ao bruto asno inbecil
A camisete amarela
Imergiu na multidão
Foi ouvi pra outras bandas
A mesma exclamação
Não sabem os homens de bens
Os donos da situação
Que a vitima de hoje
Amanhã pode ser o vilão
Ó patria armada, mãe ostil
Quem foi que viu
Que naquela camiseta amarela
Estava escrito Brasil?
Estava escrito brasil...
Mas escrito com graxa
Com graxa preta como a pele de que a vestia
E na palavra negra
Por ser negra tinha poesia
Dizia a mais puras das verdades
Verdade que o povo não ouvia
Gritava com o seu silencio
Que toda beleza e magia
Do esnobe boa vida
Que na vida só vadia
Custa caro, e muito
A quem pagar não divia
Custa a dor de esperar
Por um futuro que se destancia.