O NÃO AMIGO

Não sei escrever,

Muito mal me expresso,

Mas escrevo o que penso;

Tento ser eu mesmo,

Sem precisar de consenso.

Às vezes faltam pontos,

Vírgulas, reticência...

Mais “coisas” talvez,

Que na escrita fazem parte da essência.

Se gostam ou não do que escrevo,não sei.

Tento me manter à margem,

Desse sistema, que sutilmente tenta,

Em todo homem criar sua imagem.

Marginal a seu credo: o ser;

A princípios, anseios, aspirações;

Esquece-se de seus valores, convicções.

Arrastado pelo brilho do poder

Com a desculpa da necessidade,

Dizendo-se: Esta é minha chance,

Não vou perder a oportunidade!

Homem fraco de espírito,

Que sucumbe ao brilho do vil metal,

E como Judas vendeu a Cristo,

Agora vende seu ideal.

Pois eu que não sei escrever,

Nem estou certo do que digo,

Com certeza, afirmo:

Não vou querer

Alguém igual a você como meu amigo.

Riedaj Azuos - Nova União – 2002