PRODUTO DE CONSUMO

Quem sou?

Um homem, ou...

Produto do que a sociedade,

No homem implantou?

Se sou alguém

Perante algum conceito,

Pra eu mesmo não sou ninguém,

Pois com certeza não o aceito.

De que adianta ser alguém,

Que se prende ao dito “sistema”;

Que não pode ver além,

Tendo que se encaixar no esquema?

Melhor seria ser um cão,

Desprendido de quaisquer conceitos

Pré-concebidos pela imposição;

E que apesar de sua fidelidade,

Desconhece seus defeitos

Em completa liberdade.

Irracional; diria que sim.

Considerado como qualquer outro animal,

Sem noção de quem seria dono de mim,

E não apenas “mais um racional”;

Subjugado na alma e no peito,

Tendo que seguir à risca,

Outros gostos, outros jeitos,

Em função de um sistema materialista.

Riedaj Azuos - Nova União – 2000