PEDIDO AO MUNDO

Vem o dia, chega fulgente,

Clareando o medonho patíbulo!

O Sol abre os olhos do mundo,

E a Humanidade escreve mais um capítulo

Da sua conturbada história,

Um canto desafinado e plangente!

Vem a noite, chega mansa,

Entrevando o céu risonho!

A Lua inspira o sono profundo,

E a Humanidade reescreve em sonho

O que tomou assento na sua memória,

Um murmúrio reprimido de esperança!

Assim o tempo cria e recria seus versos, sua poesia,

Na renovada finitude da vida, no dia a dia,

Matando um sonho, parindo outro,

E, no tempo imerso, meu poema emerge aos poucos!

Tanto o homem citadino quanto o homem campestre,

Todo o mundo que o ventre sagrado da Natureza produz

Carrega na corrente ininterrupta dos dias sua pesada cruz,

Fustigado pela mesma chibata que feriu o Divino Mestre!

O mundo é uma engrenagem movida a receitas e despesas,

Obediente ao rigor da inexorável lei da oferta e da procura!

Já não clamo por mim, apenas peço, da minha cova escura,

Que poupe as crianças, estas criaturas ainda tão indefesas!

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 04/06/2012
Reeditado em 18/05/2013
Código do texto: T3704537
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