Zé Catador de Papel
Sou mais um filho de São Miguel
O Zé catador de papel
Alguns me chamam de Zé Ninguém
Talvez porque eu ando sempre sem
Sem nada que faç’eu mudar de vida
Nem uma perspectiva
Que me valha ver o sol como também
Olhar um olho em cem
E que me faça nele eu me sentir alguém
E ainda que me tratem por irmão
Estando ou não ligados pela fé
Não há quem olhe ou pise no chão
Principalmente o chão que pisa o Zé
O Zé catador de papel
Que segue atrelado à sua carroça
O Zé que não paga aluguel
E sente saudades da sua palhoça
O Zé que passeia pelo céu
Quando avista moça tão formosa
O Zé que acredita em laurel
E espera que uma alma caridosa
Um dia ainda me chame pelo nome... JOSÉ!
Ou ainda, simplesmente que só clame... Vai Zé!
Talvez minha vida não fosse como é... Pois é!