Lamento incoerente
De tanto chorar minhas magoas
Eu não agüento mais ver água
Por isso vou me embora daqui
Eu vou voltar pro meu Carirí
Que água a gente só vê no poço
E aqui bate inté no pescoço
E leva tudo pelo caminho
Segura esses moveis Toinho!
E amarra os minino na cama
Segura senão ela descamba
Meu Padim Ciço! Valei-me! Me acuda!
E para com esse diabo de chuva
O Senhor não tem coração
O que já passamo no sertão
Era fome, era cede, e no entanto
Nóis sabia que um dia um Santo
Nos mostraria o solo abençoado
E assim rumamu pra São Paulo
Valei-me Deus! Nóis tamo é lascado
Fugi da seca pra mode morre afogado
Não!
Ai! Meus joelho só vevi inchado
Pois é... De tanto eu vive ajoelhado...