Lamento incoerente

De tanto chorar minhas magoas

Eu não agüento mais ver água

Por isso vou me embora daqui

Eu vou voltar pro meu Carirí

Que água a gente só vê no poço

E aqui bate inté no pescoço

E leva tudo pelo caminho

Segura esses moveis Toinho!

E amarra os minino na cama

Segura senão ela descamba

Meu Padim Ciço! Valei-me! Me acuda!

E para com esse diabo de chuva

O Senhor não tem coração

O que já passamo no sertão

Era fome, era cede, e no entanto

Nóis sabia que um dia um Santo

Nos mostraria o solo abençoado

E assim rumamu pra São Paulo

Valei-me Deus! Nóis tamo é lascado

Fugi da seca pra mode morre afogado

Não!

Ai! Meus joelho só vevi inchado

Pois é... De tanto eu vive ajoelhado...

petronio paes frança
Enviado por petronio paes frança em 11/10/2012
Código do texto: T3927322
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