De raspão...
Sou bala perdida
Sem alvo e sem direção
O peito atingido às vezes sente o impacto
A dor da ferida
Escoa pelas mãos
Palavras também são peças desse artefato
Carrego na espoleta
Minhas balas de festim
Pra só pegar de raspão o rechaçar das palavras
No espocar da escopeta
Ecoa o silencio em mim
Quando a língua é o gatilho de todas as armas
Quem cala consente
E quem consente cala
O alvo perfeito...O que de mim se assemelha
Já que a mente é quem mente
Tão somente pela fala
Pelo espelho se espelha e pelo espelho se espalha
Pela bala da fala
Pela fala da bala