Lagrimas de sangue

A minha São Paulo chora lagrimas de sangue,

Chora um mar sem fim de lagrimas por seus filhos

Bem aqui nesta selva de pedra, selvagem e por vezes tão insensível

Até já foi suportável, mas hoje viver aqui está sofrível

Não se pode andar nas ruas, caminhar pelas esquinas

Com os sussurros nos lembrando das notícias de chacinas

Eu durmo, e rezo para sonhar, pois quando acordo estou vivendo um pesadelo

Ando por ai, inquieto e reflexivo, sem saber de onde pode vir a bala

Só me resta a poesia, o verso nunca se cala

E já não sei por quanto tempo viveremos ilhados neste medo

Por quanto tempo ainda perdura o nosso luto,

E até quanto haverá salvo conduto pra tamanha crueldade,

E todos falam em uma onda de violência,

Mas analisando o grau de reincidência do evento assassinato

Chego a temer que isto seja um maremoto;

Lagrimas de sangue escorrem dos rostos dos paulistanos

E a cada vida que morre bem mais nos apavoramos

O fio da vida escorre enquanto o mundo está girando

E eu não quero estar parado e ver a "onda" passando.