Mamãe, eu quero pão

Mamãe, eu quero pão

Nossa mesa tem fartura

Mamãe, eu quero pão

Mamãe, que gostosura!

Mamãe, eu quero pão, pão, pão

Mamãe, é muito triste

Ver que tanta fome existe

Mamãe, coloca a mesa

Nossa! Quê beleza!

Mamãe, nunca faltou

O pão na nossa mesa...

A fome... quê maldosa!

Espalha... impiedosa

A fome é mundial

Mamãe... quê problemão!

Mamãe, estou faminto

Mamãe, eu quero pão

De todas as mazelas

A fome é uma delas

De todos os percalços

Crianças, pés descalços

Mamãe, quanta miséria

A fome é coisa séria...

Pela Índia, sua terra

Gandhi fez a sua "guerra"

Foi um homem de renome

Fazendo greve de fome

Na África... mamãe

A fome é mais dura

Lá é um fantasma

Nossa! Quê tortura!

A comida naquela terra

Eles chamam de ração

Mamãe, estou com fome

Mamãe, eu quero pão

Um bilhão já passa fome

Nesse mundo... Quê horror!

Essa fome, que consome

O apocalipse chegou...

Mamãe, quê aflição!

Passar fome quero não...

Mamãe, estou faminto

Mamãe, eu quero pão

("Versos Dispersos" pág. 31 – 15 de maio de 1981)

* Edir Araujo é poeta e escritor, autor dos livros A PASSAGEM DOS COMETAS e GRITOS E GEMIDOS.

Edir Araujo
Enviado por Edir Araujo em 04/12/2012
Reeditado em 22/03/2015
Código do texto: T4020103
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