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CANTO DE COMBATENTE

 

Sou das entranhas da serra
e vim menino de lá;
a saudade na bagagem,
passos largos de coragem,
a pôr pés no Ceará.
 

Sede do Estado, o destino,
onde eu iria aportar;
aqui deitar a semente,
desasnar, andar contente,
não ser mais um, no lugar.
 

Feliz, razoavelmente,
amassei bancos de escola,
quis o mundo consertar,
e acharam de me abortar
uns á-bê-cês da cachola.
 

Entrei na escola da vida
e aí foi onde aprendi
a ler e a gostar do novo,
pois que, nas lutas do povo,
a navegar, me inseri.
 

Saudei de titãs um tanto,
de Guevara a Lampião,
e, a fazer um exorcismo,
maldisse o capitalismo
com cem bodoques na mão.
 

Não tomem como bravatas
o que, no ato, declaro;
prefiro tirar por menos,
mas vivi combates plenos,
muita vez a sair caro.
 

Erro maior da engrenagem
foi a burra repressão:
nesta aprendi, me refiz,
aprumando o meu nariz
de todos no mutirão.
 

Mas o novo que convém
consiste em paz social,
gestada na voz das massas,
refundida, sem trapaças,
nas flamas de um ideal.
 

Fort., 27/01/2013.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 27/01/2013
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