Menor na rua

Eu corro quando a polícia vem atrás

Quando a fome aperta

Eu “mato na unha” pra conseguir o rango de todo dia

E vez ou outra vem um pra me tirar

O que não tenho

O canto onde durmo

É cada dia num canto

E só coloco cobertor quando o frio me resfria

Eu olho no olho quando dá vontade

Ou se me colocam a mão na cara

Eu ontem sorri de uma moça que escondeu a bolsa

Eu disse pra mim mesmo

"Arrancado eu nunca vou querer"

Enquanto puder vai ser assim

Não volto pra casa

Porque ninguém me quer lá

Enquanto puder eu faço assim

Vivo liberto, mas não em paz.

Marcela Cristiane
Enviado por Marcela Cristiane em 08/02/2013
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