A tempestade

Farei silêncio então,

Os berros só assustam, me tiram a razão.

O ódio já me faz demasiado mal,

O problema é achar que isso é normal.

As multidões que se arrastam,

Uniformes por ondem passam,

Não desviam o olhar,

Esperam a tempestade passar.

Eu só rimo por ventura,

Pra que te agrade o olhar,

Mas que fará dos teus olhos,

Quando a tempestade passar ?

Imagina, um mundo novo,

Despertar voraz em teu coração,

O pavor ao sair do ovo,

Pra onde os passos seguirão ?

Faça silêncio então,

Os nativos são selvagens, te devorarão.

As rimas sem medos, tentativas ou desgraças,

Se quer morrer como nasceu, é a melhor opção.