CANTO DE IRMÃO

Mesmo fechadas as portas

De muitos corações

Segue com força e coragem

Por entre as multidões.

E num acorde sincero

Da viola e do tambor

Denuncia as torturas insanas

Que escravizam o amor.

Não tema, os canhões e fuzis

Desses homens tão vis

Desses pobres poderes

Porque a lua insiste em brilhar

Para todos os seres.

Saiba, nem todos os homens

Tem o dom da criação

Muitos precisam da luz

Que ilumina a tua visão

E essa energia sublime

Que emana do olhar

Mostra que a união

Faz a força pra lutar.

Quando o povo puder respirar

O ar puro da liberdade

Ver os frutos do pomar

Divididos com sinceridade

Toda a gente vai se abraçar

E a praça vai superlotar

E o mundo a uma só voz vai cantar.

Esse meu canto mestiço

Púrpura rosa que sangra

É mais um canto de irmão

Sobrevoando a cidade

Pregando a fraternidade

Pra mudar essa nação.

Do livro Antologia poética PASSA NA PRAÇA QUE A POESIA TE ABRAÇA. RIOARTE, 1990.

Sergio Alves poeta
Enviado por Sergio Alves poeta em 01/06/2013
Reeditado em 01/06/2013
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