Apraz

Só quem não perde tempo é o tempo
E a vida perde e ganha do dia
Rio do meu rio jovem e cheio de atração
Vazio hoje nada que não deu certo deu tão errado assim

Uma fotografia estampada em preto e branco
Tive mais tempo de ler os jornais
A noite se tornou muito mais longa
Um cafezinho - na verticalização do meu ser amanhecendo

Como é bom ser quem sou dentro do sofrimento
Aprendo muito comigo mesmo acreditando em tudo
Vou de uma lado para outro sempre buscando o visceral
Embora esteja só me sinto rodeado de pessoas

Idas são vindas dentro do ensaio que fazemos
A apresentação é sempre no palco da vida
Sou permanentemente um ator desempregado atuando
Ás vezes há script e tem cena que é puro improviso

Sigo pelas ruas do Rio de Janeiro no outono
Componho metáfora e esqueço sem fazer questão de lembrar
O que lembro agora é do celular que ficou carregando no hotel
A livraria ainda fechada vou na contra-mão das pessoas indo para o trabalho

Olho o tempo nascido entre a noite e o dia
Manhã de nuvens cinzas precisando que alguém pinte-a
Embaixo dos meus cabelos amarrados sinto calor
Tomo um gole d'água da minha garrafa de mel

Já tenho mais energia para seguir
Aproximo do restaurante que só abre às 11h00
Espero ali conversando com o pedreiro que concerta a calçada
Enquanto vão passando as pessoas com suas dificuldades e resoluções

www.mcklein.prosaeverso.net

( ... Imagem Google ... )
Moisés Cklein
Enviado por Moisés Cklein em 12/06/2013
Reeditado em 13/06/2013
Código do texto: T4338664
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.