Moço que vive nas ruas
Te vejo parado, deitado
Sem tino ou destino
 
Moço que vive nas ruas
Seu corpo se cansa, não é mais criança
Saúde te afeta, uma vida sem metas
 
Moço que vive nas ruas
A noite está fria, fica em vigília
Cuida dos seus filhos, jornal, cubra o chão
 
Moço que vive nas ruas
Sem dignidade, procura vontade
Sai em busca do pão
 
Moço que vive nas ruas
Pessoas que passam, não sentem sua sina
Dinheiro é incerto, comida tampouco, aceita essa sorte
 
Moço que vive nas ruas
Presença que espanta, não causa piedade
Mas medos nos outros, o medo dos roubos
 
Moço que vive nas ruas
Vítima do sistema que o mundo condena
A viver sem um teto, humilhado em farrapo
 
Moço que vive nas ruas
Esposa humilhada vendendo o seu corpo
Crianças nos bares, tentando um troco
 
Moço que vive nas ruas
Andar vagabundo, homem desconjunto
Sua vida incomoda aos que vivem na roda
 
Moço que vive nas ruas
Que saia das praças, que entre nas covas
Prisão nas cadeias, assim não é visto
 
Moço que vive nas ruas
Da sociedade justa-democrática
Que assina em baixo: “voto é liberdade”
 
Moço que vive nas ruas
Do capitalismo, do mundo egos-cegos
Há luxo para poucos e crianças sem teto.
                       
Andrea Cabral(23/11/2006)

Moça dos Ventos (Andrea Amrta)
Enviado por Moça dos Ventos (Andrea Amrta) em 03/04/2007
Reeditado em 26/01/2009
Código do texto: T435690
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.