Carrasco da fome

Carrasco da fome,

eu paro, olho

e dou a ela uma esmola.

Como gostaria de levá-la para casa,

dar de comida a seu filho

e suprir suas necessidades básicas.

Mas não o faço.

Sou covarde.

Cidadão de mente fraca e de fracas ações.

Limito-me a dar uma esmola.

quão torpe é essa ação!

Por isso não passo de um carrasco da fome...

Sigo meu caminho

pensando que poderia ser eu

ali jogado no chão com o filho no colo.

Mas esse pensamento

não me salva da culpa.

Aliás, nada me salva.

A não ser

que eu deixasse de ser

o carrasco da fome.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 06/09/2013
Código do texto: T4470279
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