Contestação
Edir Pina de Barros
Deitado em sua rede, pensativo,
recorda, o velho índio, seu passado,
o tempo em que seu povo, forte e altivo,
vivia tão feliz e sossegado,
com seus parentes, sempre, lado a lado,
banhando nos riachos refrescantes,
em suas águas limpas, espumantes,
enquanto os pequeninos, inocentes,
nadavam tão alegres, tão contentes,
corriam pelos campos do cerrado.
Agora o seu rincão foi conquistado,
em meio às truculências das disputas,
o entorno se acabou, foi degradado,
a terra deflorada por mãos brutas
depois de resistências, tantas lutas,
restou pequena parte de seu chão,
mas os direitos não respeitam, não,
as terras e as pessoas tornam escravas,
e mandam a justiça sempre às favas
em nome do progresso da Nação!
Brasília, 29 de Setembro de 2013.
Livro: REALEJO, p. 49
Tela: Elias de Paula
Edir Pina de Barros
Deitado em sua rede, pensativo,
recorda, o velho índio, seu passado,
o tempo em que seu povo, forte e altivo,
vivia tão feliz e sossegado,
com seus parentes, sempre, lado a lado,
banhando nos riachos refrescantes,
em suas águas limpas, espumantes,
enquanto os pequeninos, inocentes,
nadavam tão alegres, tão contentes,
corriam pelos campos do cerrado.
Agora o seu rincão foi conquistado,
em meio às truculências das disputas,
o entorno se acabou, foi degradado,
a terra deflorada por mãos brutas
depois de resistências, tantas lutas,
restou pequena parte de seu chão,
mas os direitos não respeitam, não,
as terras e as pessoas tornam escravas,
e mandam a justiça sempre às favas
em nome do progresso da Nação!
Brasília, 29 de Setembro de 2013.
Livro: REALEJO, p. 49
Tela: Elias de Paula