MORADA
MORADA
Cobras e aranhas
Os céus arranham
Empoleirados em seus pombais
Em que lutam para viver em paz
Falam a mesma língua
Mas comportam-se como numa Babel
Sanidade a míngua
Num conviver cruel
Arrostam a tudo e todos
Arrotando deseducação
É tal a falta de modos
Parecem condenados em prisão
É pisoteio de anjos no chão
É casal em discussão
É vaga irregularmente ocupada
É lixo na calçada
E a tão falada cidadania
Transforma-se em vilania
E embora pareça
Não estamos em Brasília
É um arranha céu
Ou condomínio, se queira
Ocupado ao léu
É Brasil sem eira nem beira