Refúgio
Correu pra sentir o vento
Sozinho com suas ideias
Fugindo dos seus desalentos
Mas voltou a pensar no mundo
Parou de correr num breque
Sentiu o cheiro imundo
De uma sociedade em xeque
Gritou desesperado
Não ouviu resposta
Nem conseguiu formular propostas
Tudo fica como está dado
Sentou e abriu um livro
Seu refúgio cotidiano
De uma vida em desengano
Algumas páginas lidas
E já se sentia melhor
Desejando mais vida
Demorou bom tempo na leitura
Levantando-se sem tontura
Pronto para os enfrentamentos
Do mundo e seus excrementos