EU FUI PROFESSOR

Evaldo da Veiga


Hoje, ainda me sinto próximo dessa profissão
A qual me dediquei com imenso amor
Era um apaixonado, muitos sonhos
E o Brasil iria ficar bom, o país do futuro
Em breve tempo, tantos sonhos...
Acreditei, acreditei...
Aos vinte e cinco anos
Professor Secundário, hoje segundo grau
Lecionava em três Colégios
Uma correria todos os dias
Eu e o meu "fusca", vencendo distâncias
Em um dos Colégios, era o Coordenador
Coordenador, quanto cargo, que valor
Era um “Caxias” que conseguia sobreviver pela simpatia
Fui Paraninfo algumas vezes
Tinha meu lado ameno,
E um profundo amor e interesse pelo aluno
Pra não deixar aluno no pátio,
Na ausência de qualquer professor
Eu lecionava qualquer matéria
Sentia-me prestativo e versátil
Hoje até acho que paguei mico com tanto ideal
Tentando provar que o ensino era o único meio de evolução
Por derradeiro
Nosso Presidente afundou minha tese
Deixando nítido que fui um exigente inútil em tempos idos
Que os jovens de outrora
Que creram no meu incentivo
Estudaram, estudaram, e estão ai jogados as favas
Que pra se dar bem com dinheiro e prestígio
Basta ser presidente, Deputado ou Senador...
Não é preciso estudar, basta enganar
Mentir, iludir, jogar a ética no chão
Até um político que perdeu a eleição
Mas que se sinta bem entre os canalhas
É um vencedor
Por que os políticos nos cargos
Protegem os políticos vencidos
Tudo é feito em prol dos políticos
São os eleitos do povo
E se o povo escolheu
Todos os poderes emanam do povo
Viva o povo brasileiro

evaldodaveiga@yahoo.com.br