SUSPENSO NO AR
Eu não preciso
De gravata ou terno de linho
Vivo feito passarinho
Sem asas eu posso voar...
E de que adianta
O convívio fútil com a vaidade
Se abraço essa cidade
Feito ave suspenso no ar...
Acostumei-me ao convívio
E sinto alivio
De não ter que suportar
A dor que trago no peito
Feita do pó do despeito
Que eu vejo em todo olhar
Embora eu tenha
Quem se despe pra mim e me atrai
Me tira o pó e me distrai
E me faz aquietar..
Por saber que eu sou matuto
Que eu sou bicho do mato
E que pelejo, labuto e reluto
Por esse chão onde o asfalto
(Quando não estou no alto)
Caleja meus pés
Caleja meus pés