Neguinho Jesus
Neguinho Jesus
Carrega em seu nome
Aquela antiga cruz
Que nada sua era
A liberdade não era sua
Sinhá era sua
Seus braços eram dela
Enrolados em sedas
Aquarela
Coronel saiu saindo
Foi à sua quitanda
Falar mal dos abolicionistas
Sinhá vinha vindo
Confessar ao escravo jesus
Que ela adorava deitar
Sobre a cruz
Cristã ferrenha
Pura Ardência
Põe a hóstia
Na boca
E causa a Jesus
Total eloquência
Uma preta paixão
De uma portuguesa rosada
E um judeu cristão
Que em amassos
Pelos cantos do engenho
Inspira eternos dias
As proibidas paixões