Neguinho Jesus

Neguinho Jesus

Carrega em seu nome

Aquela antiga cruz

Que nada sua era

A liberdade não era sua

Sinhá era sua

Seus braços eram dela

Enrolados em sedas

Aquarela

Coronel saiu saindo

Foi à sua quitanda

Falar mal dos abolicionistas

Sinhá vinha vindo

Confessar ao escravo jesus

Que ela adorava deitar

Sobre a cruz

Cristã ferrenha

Pura Ardência

Põe a hóstia

Na boca

E causa a Jesus

Total eloquência

Uma preta paixão

De uma portuguesa rosada

E um judeu cristão

Que em amassos

Pelos cantos do engenho

Inspira eternos dias

As proibidas paixões

Anna Rosa
Enviado por Anna Rosa em 09/09/2014
Código do texto: T4955911
Classificação de conteúdo: seguro