O Despertar do Gigante

O que acontece com os políticos desse sistema democrático

Verde e amarelo?

Que nos torna personagens de um teatro real dramático

Cujo enredo é sobrevivência e resistência

Sobre esta longa violência

E assaltos indiretos a pé de chinelo.

Aguentamos de forma nula

Essa realidade incrédula:

Impostos altos e inflações,

Precariedade de hospitais e escolas públicas,

O desleixo em nosso favor e desvio de dinheiro: suas imensas corrupções.

Aguentamos o investimento absurdo e desnecessário

Em olimpíadas e copa do mundo:

Investimento bilionário que poderia ajudar o país

A extinguir a pobreza e outros tipos de calvários.

Que governo egoísta é esse, que trata os cidadãos como insetos imundos?

Os aguentamos construindo asneira sobre asneira nas cidades,

E agora aumentam o preço da tarifa; astutos, caras de pau sem fim!

E ainda pedem o conformismo da sociedade.

Mas tal feito é estopim

Para despertar o Adamastor enfurecido

Que com boa noite cinderela fora adormecido

Por essa politicagem escrota que nos escolta,

E nos transbordar para fora do Facebook, impondo uma revolta

Às ruas, num transtorno para mudar o Brasil,

Esta terra com céu azul de anil,

E bater as asas da independência

Com a consciência

De lutar, não por 0.20 centavos,

Mas por nossos direitos humanos

Que nos foram roubados, há anos,

Visando a conquista desta liberdade que tardia;

Nenhum filho teu foge à luta.

Anda!

Vem pra disputa!

Vem pra rua mostrar quem é que manda!

Vamos mostrar aos políticos os passos de dança

Dos verdadeiros donos da pátria em aliança:

Ricos e pobres lutam lado a lado;

Pretos e brancos colorem os aliados;

Jovens e velhos são exemplos amontoados,

A favor de que seus sonhos sejam realizados;

E conduzem a manifestação

Dando o sangue pra pintar o quadro da dominação,

Num desbunde genuíno,

Com caras pintadas, cartazes, gritos e hinos,

Formando a bandeira nacional ambulante;

Índios da nova geração, sob ritual de depredação

À luz do radiante

Deflagre

Das bombas de vinagre,

Revelando demônios possuídos: brasileiros em fúria,

Soltos em lamúria

No campo de batalha: vidros estilhaçados,

Paredes e muros pichados;

Revoltosos cupidos, que usam a flecha da rebeldia,

A flecha da coragem e da honraria,

Ao darem a cara pra bater,

Braços e peitos abertos pra vencer

Frente a frente às leis, que impõe a ordem,

Em nossa organizada desordem;

Frente a frente à polícia que faz de suas armas: cantores de musicas de horror;

De seus cassetetes: borrachas de ideologias, exprimindo a dor,

Contra aqueles que defendem e lutam pelo mesmo ideal:

De vencer este mal;

De conquistar o direito de ir

E vir

Às custas grátis, livremente

E não, alimentar, cegamente,

O egoísmo de políticos que lutam sob covardia,

Escondidos em seus cargos governamentais, brincando de deuses de mentirinha;

Protegidos sob ternos e gravatas, seus escudos de diplomacia.

Pois, o que antes era vandalismo,

Agora é argumento de manifestação

À ascensão de nosso absolutismo;

A heroica expressão libertária de um povo, de uma mudança, de uma legião,

Que neste palco urbano, forma um esquadrão:

Meros civis, aos milhares,

Que se tornaram de bate – pronto, militares,

Com pau, com pedra, proclamando uma revolução,

Vandalizando e protestando, em prol de nossa libertação,

Numa expedição, pela verdade,

Pela justiça e pelo futuro da nação;

Bandeirantes, desta era contemporânea,

As selvas de pedra desbravando

E o Planalto dominando:

A queda do Governo velho representando,

E o nascimento do Governo novo

Vindo das vitórias do povo;

Um museu a céu aberto, contando a história,

Sepultada nos logradouros das cidades,

Viva, emocional e cultural da fantástica glória,

Que relembram aqueles duros tempos de ditadura militar,

Àqueles duros tempos que mais devem voltar.