Cegueira

As delicadas nuances da convivência

Todas confundidas, deturpadas

Até quando o homem será assim?

Valores inúteis, prioridades inúteis

Olhando apenas seus próprios narizes

Não quero ser humano

Talvez estejamos todos fadados ao individualismo

O ciclo não para

Pensar no outro se torna inútil

A perspectiva é sempre a de vítima

Uma boa ação se torna má

Aos olhos do egoísta

E faz sofrer o altruísta

Será essa a diferença?

O que é correto?

Se aos olhos turvos

O bem vira mal

O correto é ser incorreto?

Tal compreensão foge

Até da capacidade do mais sábio

A fórmula parece muito simples

As ações devem ser compatíveis

Um altruísta não pode viver

Enquanto o egoísmo o impedir

O egoísta não pode viver

Enquanto olha através de um véu opaco

Me deprime saber dos vãos esforços

Das tentativas frustradas

Da mera empatia

Tudo arruinado

Talvez o homem seja mesmo assim

Sua natureza individualista

Seus julgamentos tolos

Vivemos em sociedade, sim

Que sociedade pode se desenvolver

Se todos pensam em si mesmos

Se todos julgam os outros como culpados

Se é mais fácil olhar pro lixo alheio

E se você esquece do seu próprio?

Minha esperança é de que um dia isso mude

Que um dia por todos a bondade se estude

Só assim a justiça se implanta

Só assim o ego se espanta

Gocht
Enviado por Gocht em 15/03/2015
Código do texto: T5171461
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