E SALVE-SE QUEM PUDER



Quer cair numa real
Na que dói até a alma?
É só ouvir e ler jornal
Que nada mais nos acalma.
Com a subida da inflação
Responsabilizam a energia,
E também no pacotão
Vem a água quente ou fria.
E o salve-se quem puder!
Que de tostão em tostão
Vai dando um tiro no pé.
Cronometrando o banho
O lava louça também,
E o que dizer do nosso ganho
Que aumento nenhum tem!
Isso já faz tanto tempo
Que aprendemos a contar,
Com paciência, o que temos,
Pra outras contas pagar.
E haja a contar moedas,
Arrebentar os cofrinhos,
Nem mesmo com muita reza
A gente encontra um caminho.
Aumentaram os combustíveis
E já nem sei quantas vezes!
Somos nós os invisíveis...
O jeito é todos os meses
Jamais sair da rotina
Porque nem todas às vezes
Consegue-se a gasolina.
Enfrentamos o buzão,
O trem e mais o metrô,
Andando na contra mão.
Cansados e com calor
Depois de um dia de luta,
Sem saber se vai chegar
Enquanto os filhos da outra...
Tão nem aí pro azar!
Nem adianta gritar.
O País vai se atolando
Em dívida e tudo o mais,
Enquanto eles vão roubando
Descarados a PETROBRAS.
Sobe o leite, sobe o pão,
A água e a energia
Também a nossa pressão
Só não a nossa alegria.