Declaração visível de um ser invisível
Por excesso de afeto fui assim um feto, de carne e osso, alma ou espírito, fome e sede, de um núcleo familiar pai e mãe, pai e pai, mãe e mãe “sei lá, já não me recordo mais” nasci e, de qualquer forma, fui eu ser humano.
Dotado de necessidades tangíveis e intangíveis, específicas e esporádicas, largas e curtas, amor e ódio, “aos trancos e barrancos, uma grande incerteza, para falar a verdade” cresci e, de qualquer forma, almejei eu ser humano.
Hoje, criado, dotado das mesmas necessidades, de qualquer forma, sendo eu ser humano perdi minha dignidade, sanidade e em meio à impunidade e crueldade dessa selva de pedra estou eu inseguro, em desuso, perdido em meu mundo, como vim ao mundo, em posição fetal, na invisibilidade social.