Ave, palavra

Resignada, doce ou revolucionária
Entre tantas, procuro tanto, canso...
Até que ela aparece pra compor o meu discurso,
direto ou indireto, intimista ou politizado
sempre alinhavando a colcha de retalhos
Nas entrelinhas do dizer, há aquelas que não querem aparecer
São águas turvas que, filtradas se tornam transparentes
autotraduzíveis, dispensando dicionários

Ave, palavra
Quem te domina detém o poder
de limpar o lixo espalhado
de rejeitar os podres poderes institucionalizados
De gritar, quando silenciar é regra pra viver
Quando bem empregadas são facas afiadas
Armas para acusar ou defender

Ave, palavra
Matéria-prima da arte
Indispensável nas mãos do arquiteto
escultor da beleza estética
Romancistas, contistas, poetas...
Literatos ou não, todos dependentes da palavra.
Rosimayre Oliveira
Enviado por Rosimayre Oliveira em 25/05/2015
Reeditado em 25/05/2015
Código do texto: T5253977
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