Construção (que não é do Chico)

O cotidiano abrange mais que uma construção

Olhos atentos no andaime

Votos devotados esperam atenção

Tudo se volta às pernas da madame.

Quando um tijolo cai

Bem maior é o salto de susto

Do cachorro que perto dorme

Adormecido em meio à balbúrdia

Dificilmente teme.

Estamos erguendo a vista

O sol atrapalha a contemplação

Curioso é o homem que senta,

Contempla e almoça sem emoção

Em cima do mais improvável lugar

Sem proteção.

Até parece que sabe voar.

A inflação sobe,

Assim como os andares desse prédio.

E eu pareço o construtor

Que trabalha para ver maior

Aquilo que nem de longe é seu.

Jéssica Orth
Enviado por Jéssica Orth em 22/06/2015
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