A GENTE ATÉ PERDE A CONTA


Miséria pouca é bobagem,
Ouvi muito alguém dizer
Que não é só de pastagem
Que o pobre tem que viver.
A gente até perde a conta
De quanto gasta por mês,
O salário é uma afronta
A poupança perde a vez,
Os homens tão nem aí!
É o salvem-se que puder!
Quem conseguir resistir
Rema então contra a maré.
Vão pras gavetas os trocados
Pois se precisa comer
Quando se vai ao mercado
Há pouco o que se escolher.
Depois de as contas pagas
O jeito é contar moedas
A listinha a gente rasga
Para enfrentar a miséria.
Ainda bem que vontade
É coisa que dá e passa
Ou então por caridade
Alguns esmolam nas praças.
Que pena que o meu País
Só anda na contra mão
Deixando o povo infeliz
Por culpa da inflação.
Será só por causa disso
Que o País parou no tempo
Ou quem causou tudo isso
Não fez algum juramento!
O pobre hoje é miserável
E o rico mais rico ainda
Tudo isso é incontestável
A corrupção não finda.