DESUMANO

Movimentando uma lixeira

Parecia um grande bicho

Mas no meio daquela sujeira

Procurando comida no lixo

Via se a figura de um rato

Me desculpe pelo engano

Mas era um pobre humano

Se fosse realmente um rato

Nem o mais faminto gato

Perderia o seu tempo

Correndo atrás do coitado

No fundo profundo do poço

Com pouca pele e bastante osso

A cabeça miúda feita um caroço

E uma imagem que arrepia

Tira a alegria e causa alvoroço

O pobre moço sem nome

Faminto de fome

Come o resto de alimento

Que não serviu para o resto do povo

Mas que por breve momento

O traria força de novo

Pra continuar procurando

Andando e vagando

Por seu destino desumano

Mas que pena, que terrível engano

Daquele esqueleto animal

Pois quem revira lixo não é humano

Nesta desigualdade social

Léo Queiróz
Enviado por Léo Queiróz em 14/07/2015
Código do texto: T5311154
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