Revolução amada

quem vigia os vigilantes?

esses mesmos

que algemam a liberdade do povo

isso

esses daí, ó

que reprimem os artistas

fazendo-nos viver um gigante dèjavú

ei

não toca em mim

de passado eu já tô cheio

64 só em livros da escola

larga o preto

larga o pobre

larga a puta

a gente não quer violência

só nos deixem falar o que pensamos

pronto

não

não vou parar de gravar

as únicas lentem que causam dano

são as do seu fuzil

ei

solta o cara

solta ela

solta eu

de que lado você está?

de que lado você está?

vamos

deixe-nos partir

deixe-nos cantar

a poesia é nossa única arma

e mesmo que nos calem

gritaremos por outras bocas

pintaremos a rede com arte e revolta

vamos

abram a porta do camburão

que faremos desse pátio podre

uma revolução amada.

Gonzaga Neto
Enviado por Gonzaga Neto em 16/08/2015
Código do texto: T5347895
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