Revolução amada
quem vigia os vigilantes?
esses mesmos
que algemam a liberdade do povo
isso
esses daí, ó
que reprimem os artistas
fazendo-nos viver um gigante dèjavú
ei
não toca em mim
de passado eu já tô cheio
64 só em livros da escola
larga o preto
larga o pobre
larga a puta
a gente não quer violência
só nos deixem falar o que pensamos
pronto
não
não vou parar de gravar
as únicas lentem que causam dano
são as do seu fuzil
ei
solta o cara
solta ela
solta eu
de que lado você está?
de que lado você está?
vamos
deixe-nos partir
deixe-nos cantar
a poesia é nossa única arma
e mesmo que nos calem
gritaremos por outras bocas
pintaremos a rede com arte e revolta
vamos
abram a porta do camburão
que faremos desse pátio podre
uma revolução amada.