Moral cívica

A rádio da periferia é condutora

A policia da população opressora

A tevê da família é aniquilação do valor

O violão é a arma do fingidor

As filas só correm pra trás

E o inverno é onipresente

O cinzento gosto do azar

Esse é continuo presente

Atores e utópicos

Lutam em depressão

Contra essa velha qualidade simbólica

Do poder na mão

Legítima defesa contra o redentor

Jesus Cristo que me ensinou

Andar por cantos e sombreados

Pra olhar o sol e não ser queimado

E cuspir no chão a sentença

De perder a licença e acontecer o lugar

Pegar na mão de Chico Buarque de Holanda

Ensaiar com Leminski na porta do altar

Matrimoniar Caetano, instruindo o nosso falar

Ouvir Drummond dizendo que o sentimento vai transbordar

Cecília no retrato se assombrar

Envoltos na carne fria da cultura popular

Victor Leonardo
Enviado por Victor Leonardo em 11/01/2016
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