Café Passado
Café passado
E a pupila dilata
Sangue. Soro. Salvo
A noite brinda
E a vida feito cinza
Feito o céu amargurado
Vomita. Vomita. Vomita
Goza ao menos sem pudor
Vida viva. Vida dita
Censura minha excitação e minha dor
Que zomba. Que grita. Que fere
Que poetiza e me apresenta o horror
Oh! Os teus monstros travessos
Tão frios. Tão inquietos
Tão irônicos. Tão soberbos
Pairaram e agora ficam a atormentar
Vago. Vulgo. Vivo. Vulgar
Um escarro, dois beijos e um trago suicida
No embalo sexual de “The Doors”
As adagas formidavelmente destemidas
Das sangueiras, um fracasso
Vivo... Sobrevivo e desfaleço no
Café amargo. Café calado. Café passado