Café Passado

Café passado

E a pupila dilata

Sangue. Soro. Salvo

A noite brinda

E a vida feito cinza

Feito o céu amargurado

Vomita. Vomita. Vomita

Goza ao menos sem pudor

Vida viva. Vida dita

Censura minha excitação e minha dor

Que zomba. Que grita. Que fere

Que poetiza e me apresenta o horror

Oh! Os teus monstros travessos

Tão frios. Tão inquietos

Tão irônicos. Tão soberbos

Pairaram e agora ficam a atormentar

Vago. Vulgo. Vivo. Vulgar

Um escarro, dois beijos e um trago suicida

No embalo sexual de “The Doors”

As adagas formidavelmente destemidas

Das sangueiras, um fracasso

Vivo... Sobrevivo e desfaleço no

Café amargo. Café calado. Café passado

Ricardo Rayan
Enviado por Ricardo Rayan em 25/04/2016
Código do texto: T5616334
Classificação de conteúdo: seguro