O NARIZ NERVOSO DA JUVENTUDE.
O NARIZ NERVOSO DA JUVENTUDE.
...Nariz há meu nariz!
Como é tão frontal esse nasal...
Tenho-o na frente da cara
Entre bitucas, esbirros e florais.
Entre o olor do teu dorso.
E o canteiro desse morto.
E o lixo das pessoas apressadas.
Que emporcam as calçadas.
Meu tato, meu olhar e o meu tom.
Minha língua e o disco na mão.
Minha imagem e o meu coração.
E ao longe uma velha canção.
E o Juca dedilha um poema.
Seu imenso e prosaico nasal.
Pés descalços, sentado no palco.
Nessa imagem de outra dimensão.
Não cheirar esse pó tão impuro.
Ervas falsas, misturas letais.
Quero ter o teu cheiro na alma.
Quero tato, e teus beijo fatais.
E a chuva molhando meu rosto.
Misturado-se com lágrimas e a canção.
Envelhecer num tonel de carvalho.
O teu cheiro e a minha emoção.