SOBERBA
Não invejo o soberbo. Arrogante contumaz!
No terror de suas palavras, falsidade e mentira
Hão de ser em sua vida empecilho nos umbrais.
A torpeza de seus gestos é de si maior façanha;
Pois se diz injustiçado e se chora tão fingido.
Não verá senão a queda de sua alma tão tacanha
E do raso e do pejo beberá o fel insípido.
A altivez de sua empáfia é coroa reluzente,
Que ofusca a verdade e abate o desvalido.
Mas sua luz é só lampejo furioso, inclemente
E num sopro acabará sem que tenha percebido.
(EDUARDO MARQUES 26/02/2013)