sangria

Que estranho tal conceito de liberdade,

ver palavras descalças, correndo soltas,

fugindo dos sapatos justos da verdade...

Quem forma essas opiniões aleijadas,

deveria ser contido, preso, esterilizado,

pra prevenção da prole da insanidade...

Eu sei, viva a liberdade de expressão!

Que todos a tenham, abaixo à censura;

cada, opte por quem ouvir, só que não,

pois, liame pretérito com a enganação,

venda de consciência por naco de pão,

acaba poluindo a toda escolha futura...

Que tristeza ouvir isso, a cada instante,

matadores da verdade tomando o Brasil;

fatos amassados pelo peso do rompante,

o senso crítico numa clínica, frágil, senil;

quem tanto semeou o joio imbecilizante,

ora, desfruta a utilidade passiva, imbecil...

Odeio mentirosos do primeiro ao quinto,

a voz deve carrear verdade ou estacionar;

pois viro assassino, a cada vez que minto,

além da verdade, confiança se pode matar

o discurso terrorista é de sangue, retinto,

e nos falta torniquete pra sangria estancar...