Filho feio não tem pai...

Menino dos olhos sombrios

Dos lábios emudecidos no balbucio das palavras

Engasgadas na garganta.

Da pele torrada ao sol e os pés cravados no solo.

Sua estrada é sinuosa

Seu destino fronteiriço co'a dor

Falta-lhe o pão, falta-lhe o amor,

Um fio de esperança para tecer as teias do futuro...

Entre seus dedos afinados pela miséria

Escorrem sonhos raquíticos

Que se quebram, quando tocam o chão

Esfacelando quaisquer traços

De possíveis ilusões...

Você é filho do meu fracasso

Parido no berço da indiferença

Menino dos olhos sombrios

Pra renegar minha culpa

Eu finjo que nem lhe vejo

Esqueço que te gerei...

By Nina Costa, 06/08/2016

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Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 06/08/2016
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