Prisões
O amor perdeu-se nos vãos humanos...
Só se vê solidão e egoísmo.
E o egoísmo é um imenso quartinho,
Onde ninguém se encontra;
Nem se enxerga mais...
O homem prendeu o amor
Numa jaula fria.
Só escuta a indiferença, a guerra e o orgulho.
Só a tristeza gargalha em suas mãos desiguais.
Nos lábios profanos não existem cuidados
Apenas palavras sem luz e respeito.
O homem perdeu-se ao se achar no direito
De ferir o outro...
Prenderam o amor na cruz,
E hoje já não se compadecem,
Simplesmente esquecem... E basta.
O homem perdeu-se nos próprios instintos
Ciúme e soberba.
Chora e ri sozinho...
Desfaz-se dos outros,
E morre na alma alheia...
Nas mãos não existem afagos,
Apenas as marcas da falta de paz.
O homem perdeu-se ao julgar-se capaz
De julgar os outros...
E quem ainda insiste, oásis vivente.
Crê na fonte que mata essa sede infinita,
Desta finita vida medíocre.
Chora sorrindo, ama sofrendo;
O amor ainda grita nos vãos existentes.