Opinião do Doutor (+)

Pobre, senhor!

Sentado, chorando, pedindo esmola

E eu sou doutor,

No carro de terno, não abaixo a vitrola.

Foi penoso conquistar o que conquistei

E me dá pena, se aquele senhor pouco tem

Se meus atos fossem seguidos por todos

Poderia até desbancar uns trocos

Mas se cada um olha apenas pra si

Resolvi também ser assim

Vendar os meus olhos para o caos

E fingir que está tudo normal.

E se meus filhos perguntam porque não estendi o braço

Façam o que digo, mas não façam o que faço

E a geração de pessoas mortas no interior

Tende a crescer; e o mundo vai ficar um horror

Graças a atitudes de pessoas como eu

Que não fizeram o que era possível

Mas o capitalismo é maior do que minhas ações

E por mais esmola que eu dê, serão iguais as condições

O mundo não muda com atos generosos

A não ser que eles venham dos poderosos

Que têm uma capacidade de mudança muito extensa

A minha só serve para aliviar o que o próximo pensa!

E se ele não pôde trabalhar, lamento muito, senhor

O governo que o ponha para estudar com fervor

Para adquirir as mesmas condições que tive

Com estudo e dedicação qualquer cidadão sobrevive.

Fron Monseus
Enviado por Fron Monseus em 25/07/2007
Reeditado em 16/08/2009
Código do texto: T579746