O TEMERÁRIO (À PONTE QUE CAIU)...

O TEMERÁRIO (À PONTE QUE CAIU)...

Com sua hoste que não cansa,

o temerário, dando botes,

continua sua andança

pelas plagas que alcançam

todas terras do Brasil...

Por onde anda, o temerário

corrói, destrói e desanda

todo dia, a toda hora,

com toda a outrora pujança

e toda honra, agora inglória,

que um dia o povo viu,

assistiu, sentiu, deglutiu...

O temerário, entretanto,

tudo devassa de modo hostil

por todos itinerários e cantos

por onde passa, e deixa vulto,

sua trupe mais que vil...

Por todo lado o temerário

semeará seu veneno ardil,

até que um dia há de chegar

em que o povo o mandará

para a ponte que caiu...

(Luiz Carlos Flávio)