BARBÁRIE AGRÁRIA

A barbárie se vestiu

novamente de polícia,

Os barões territoriais

tomaram conta do Estado,

de suas políticas e milícias

para ver e fazer instalada,

na lei ou na marra,

a centenária e malfadada barbárie agrária...

Paga com dinheiro do povo-Nação,

a barbárie vem investindo sempre de novo sobre o povo,

com armas às mãos...

Desde os tempos de outrora

até os dias de agora,

ela estica seu império...

E como fera sem piedade,

na maior desfaçatez,

ela intima, esfola ou mata o povo

sem terra, indígena, quilombola, camponês,

apenas para que os barões territoriais

fiquem com suas terras,

para com elas acumular capitais...

Usando tal perpétuo modus operandi,

os grandes barões territoriais

vão controlando o Estado

e lançando à terra o sangue

de um povo-Brasil deserdado, pisado, esmagado

pelas políticas e milícias do Estado e dos barões territoriais,

que dão as cartas para a execução de tais rituais

que ferem e matam...

Sendo assim,

numa história que se repete do começo ao fim,

o Brasil e sua geografia continua amargando, em seu dia a dia,

as digitais do Estado e dos barões territoriais

que, sobre indígenas, quilombolas, camponeses,

aplicam mortes, golpes e varas,

reproduzindo de modo hostil,

a centenária barbárie agrária

que governa o Brasil!...

(Luiz Carlos Flávio)