A primeira vez a gente nunca esquece

Lembro de quando olhava para você,

Sorriso quente, um convite,

Sem saber o que fazer

Era um tempo feliz, sem o toque frio da tristeza.

Seu carinho era um penhor,

E sua companhia significava felicidade,

Hoje isto foi substituído por dor

Uma triste parte da nossa história, no primeiro tapa: a realidade.

Não recordo o momento exato,

Em que o amor se perdeu.

Você controlando cada passo

Um golpe brusco que doeu.

Me sinto tão só,

Que as lágrimas já não trazem alivio, mas sim somente

O toque frio de seus beijos,

Na garganta um nó

Nesse casamento que mais parece uma prisão,

não sei o que é ser contente

Estou tão incerta e impotente,

frente a possibilidade de progresso que não vejo.

O primeiro tapa gente nunca esquece,

Pois ele tira o encanto de uma união,

A paixão desfalece

Resta uma amarga solidão.

Ainda penso que poderia ter sido outro caminho,

Se você nunca tivesse cruzado a linha da agressão,

Deixando para trás a construção de nosso ninho

Pouca a pouco você endureceu meu coração.

Rezo para que o seu ciúme colérico e doentio,

Não seja um dia tão explosivo a ponto de tirar-me a vida,

Teu jeito ignorante a aliança partiu

Nessa soma tão descabida.

Olho a mim mesma no espelho,

vendo o quanto fui reduzida e machucada,

Cortes e escoriações nesse tom vermelho

A infelicidade é a única companheira nesta estrada.

Quem sabe a justiça possa um dia me salvar,

Mas que justiça?

Se a lei dos homens é fadada a errar

Quem pode dizer então, que a igualdade se tornou uma virtude omissa?

O fim é certo,

Como uma pena de morte,

Já não sei se me entrego ou rogo e peço

Para que minha vida não se perca, ao ser testada pela sorte.