Podridão

Os vermes que devoram nossa carne fresca

Mas parecem insetos de uma organização

Tem castas, funções e hierarquias definidas

Que nos abrem rombos como as feridas

O mau cheiro apodrece o hemisfério sul

Sente-se aqui, nas Malvinas e até em Seul

E chega com vento até o velho mundo

D'onde veio o nosso substrato imundo

Nas ruas reclamam dessa podridão

Mesmo os vermes baixos que na eleição

Viram por migalhas a base de sustentação

Da sociedade organizada da putrefação

Os esquemas para sangrar o tecido vivo

Estão espalhados pelo corpo todo

Desda a cabeça aos membros inferiores

Sofre o macaco latino os piores horrores

A desfunção dos vermes é institucional

Não escapa prefeitura, empresa e o senado

Câmara de vereador, assembléia e judiciário

Até nas igrejas o mau cheiro é espalhado

Se reclama o infeliz verme da casta inferior

Porquanto só chegam restos do descarte

E enquanto sonha com a melhor parte

Fura fila e se vangloria amigo do doutor.

Os vermes de cima dominam imunes

Mesmo nas disputas se mantém coesos

Enquanto a plebe disputa as migalhas

Cegos na alienação são eternos presos

O enfermo forte resiste aos ataques

A 500 anos suporta a sangria desatada

E de quando em vez sofre novos baques

Com a voracidade larval descontrolada.

(26 a 28/07/2017)