PISARAM NA TUA ROSA

Pra que prosseguir e pagar pra ver

Ao seguir naquilo

Que só acresce em fazer sofrer?

Siga teu instinto, lua do clarão halo

Ceda ao sol teu lume

Àquele lampejo do viril ególatra falo

Seque a prantina moça do olhar rijo

Teu feito é pouco estrume

Se comparado ao calhorda que vijo

Ler calhamaços, fingir, atuar, se compor

Pois ao julgo do pulha

É substancial precificar-te algum valor

Agache-se novamente feito infame rato

Sua dorsal encurvada

Serve de engraxate ao senhor do sapato

Teu sorriso afável dissimula o insulto

Olho insondável como mar

É magma de mazela e desgosto oculto

A pintura mascara a moldura equimose

Do gládio autoritário

Que desfere veneno ao punho da neurose

Todo andrajo farrapo é déspota amante

Que lança nos desmandos

O dito autocrático do cesarista infante

Diga "chega, me erra!" de forma hostil

Deixe a voz maviosa

Se tornar áspera de causar arrepio

Defenda-se virtuosa

Pois pisaram na tua rosa

Quando se mostrou amável e gentil.