* MALDITO RELÓGIO *
"...De sede,
Vive a Selva de Pedras.
Transeuntes moribundos.
Olhares vazios,
Perdidos,
Em janelas de ônibus lotados.
Reflexões que vagam,
Vindas de cabeças que pagam,
Por preços nem sempre cometidos.
E infinitos,
São os pensamentos itinerantes...
- Que contas tenho a pagar?
- O que tenho em casa para jantar?
- Será que alguém pensa em mim?
Enfim !!
- E essa chuva que não passa !
- Segunda-feira. Oh! Desgraça !
E tudo recomeça.
Às vezes de um jeito torto,
Insonso,
É sono que dá.
Bocas que abrem, sem beijar...
Expelindo no ar,
O cansaço
Representado no bocejar.
E tudo segue,
Vielas,
Calçadas,
Poças d' água,
Postes...
Pessoas que seguem rumos,
Porém, sem o norte,
Que contam apenas com a sorte,
De em casa,
Poderem chegar.
E é no descansar,
Relógio na cabeceira a despertar,
Que começa,
..........( De novo ),
O tudo,
Outra vez..."