Bebum escritor
Um errante alcoólatra se destaca ao meio dia
Não há outro julgamento
O bebum caminha rumo a lugar nenhum
Sem qualquer pressentimento
Apenas querendo mais uma copo cheio
Que lhe tire o desespero de ter que arca com as consequências
De ter um dia inteiro pela frente
E por começar cedo demais
Precisará se certificar que tudo sempre o levará a um novo lugar
Ainda que deseje amanhecer em sua cama
Vomitar na vala
Acender um cigarro
Pegar a van
Descer duas paradas depois da certa
Andar como se etivesse peregrinando há anos.
Chegar e beber litros d'água
Tomar banho e vomitar
Abraçando o vaso sanitário
Deitar inquieto
Rolar bruscamente
Atordoado pela tontura
Mijar
Beber mais água
E ao levantar no outro dia
Não acreditar
E mesmo sentindo fertigens, sair.
Comprar uma água de cocô
E um pastel
Olhar para o sol
Dizer mentalmente "obrigado"
Comprar cigarros e retornar ao começo do mesmo percurso
Que no caso seria uma calçada ou um colchão de motel barato.
- G