DESESPERO NOSSO DE CADA DIA!

Grita o desespero em nosso peito

Livra-nos do sofrer angustiante,

Do amargar o tempo, lento.

Salva-nos da dor lacerante,

De nossa luta solitária,

Por uma vida mais igualitária.

Desiludidos, desencantados

Caminhamos em direção ao nada

Nossa voz já não ouvida,

Persiste resignada, emudecida.

Vagando por entre sonhos desacreditados,

Rompidos por uma realidade medíocre.

Que insiste em dissolver futuros idealizados.

Racionalizados em discursos, somos enganados.

A liberdade nos é cerceada,

Limitada a condição de consumo

Somos livres para sermos escravos

Mercadorias quaisquer, somos insumos.

Enriquecemos os poderosos,

Com o suor da nossa labuta.

Omissos e ignorantes seguimos,

Aceitando dia após dia essa conduta.

Na medida que vendemos nossa dignidade,

A troco de merda, ou qualquer caridade.

Elegemos a escória da nossa nação.

Na peleja da vida sobrevivemos,

Com mínimo, porque luxo,

Não é necessário, nem nos é cabido.

Saudemos com imensa alegria

O próximo ano que se anuncia

A festa da democracia, a eleição,

Renovemos nossos sagrados votos,

De mais quatro anos de corrupção!

Priscila Canedo
Enviado por Priscila Canedo em 16/11/2017
Código do texto: T6173403
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