Aviltos
É mais um dia qualquer
Em meio à multidão
Um invisível em pé
É o que vê nessa escuridão
Dentro de si
Toda angústia e dor
De um ser esquecido
Sedento de amor
Como posso eu ignorar
O sofrimento do próximo ali
Que sem esperanças seque a ruir
Esperando só a morte chamar
Isso quando espera
Não a acelera
Buscando um alívio ilusório
Qualquer prazer provisório
Pelas avenidas jogado
Por todos ignorado
Por muitos julgado
Alguns amedrontados…
Quem é que sabe
Deles, a identidade
A história e sua veracidade
Se alguém deles, sente saudade
Será que há pra todos uma volta?
Um perdão por amor
Voltar a ser sonhador
Jogar fora a revolta…
Ter status de cidadão
Alguém que merece ser amado
Como humano, tratado
Ser visível na multidão